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Território da Música: Artigos (Rock)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sepultura em Sao Jose do Rio Pardo - 19/05/2012 -

por Portal Rock Now
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terça-feira, 5 de agosto de 2008

The Kinks - The Kinks Are The Village Green Preservation Society (1968)


Hoje em dia quando The Village Green..., é universalmente aclamado como uma obra-prima do pop e um dos melhores discos dos kinks, é dificil imaginar a indiferença que acompanhou o lançamento do album em 1968. É provável que tenha soado ingênuo em comparação com Hendrix, os Stones e a Guerra do Vietnã - mas que músicas! Depois de anos produzindo mecanicamente singles de sucesso, Ray Davies estava estressado e ansioso por uma mudança de ares. Então mergulhou nas lembranças idealizadas de sua juventude, em busca de inspiração. O resultado foi um disco de canções atemporais sobre pastagens, álbuns de fotografias e primeiros beijos.A faixa-título, "The Village Green Preservation Society", detona o processo com uma excêntrica ode ao Pato Donald e à geléia de morango. "Do you Remember Walter", com seu piano explosivo e sua batida ressonante, captura o subtexto de melancólica nostalgia do disco, enquanto Davies canta: "Aposto que voce está gordo, casado e sempre vai para a cama por volta das oito e meia da noite." Outros destaques incluem jóias cativantes como "Picture Book" e "Animal Farm", ou a beleza sublime de "Big Sky" e "Sitting By The Riverside". Mesmo o coro bizarro de "Phenomenal Cat" é - claro - fenomenal.Os fãs devem procurar a edição de luxo deste álbum essencial, com três CDs, lançada pela Sanctuary Records, que traz ainda um caminhão de raridades.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Country Joe And The Fish - Electric Music For The Mind And Body (1967)


Militante de esquerda antes e depois de um período na Marinha, Joe McDonald chegou a São Francisco como estudante, mas rapidamente se viu absorvido pelo cenário folk e pela Instant Action Jug Band (batizada de Country Joe and the fish para o mercado fonográfico, um nome que invocava - para quem conhecia - Stalin e Mao). Foi apenas no verão de 1966 que a banda começou a substituir os instrumentos de musica folk por guitarras elétricas, e o segundo extended play (EP) do grupo deu suficiente gás para sua contratação pela Vanguard, de Nova York, especializada em folk e clássico, que vinha assistindo a transformação de sua rival Elektra num confiável selo de Rock.

Naquele tempo, São Francisco era um celeiro de estudantes radicais movidos a LSD e política. No cenário musical, o movimento psicodélico estava em seu estágio embrionário, com poucas bandas conscientes das possibilidades que o ano de 1967 traria. O LP do The Fish abriu as portas para tudo o que viria nos dois anos seguintes - mesmo com a insistência da Vanguard em não incluir no disco a canção mais popular do grupo em apresentações ao vivo, "I Feel Like I'm Fixin'To Die Rag".

Entrelaçando humor ácido em seus ácidos ritmos, Electric Music... é um dos discos mais coerentes do Verão do Amor e da geração hippie; as guitarras alternam efeitos suaves e golpes no cérebro; as letras contêm ataques satíricos a Lyndon Johnson ("Superbird") e épicos resolutos sobre drogas ("Bass Strings");há blues, folk e rock para todos os gostos. E, no rastro deste álbum, o humor do país, sua juventude e sua música mudaram completamente. Nada mal.

terça-feira, 29 de julho de 2008

The Incredible String Band - The Hangman's Beautiful Daughter (1968)


Esta maravilha do acid folk é uma poderosas semente da atual "world music", e uma máquina do tempo que leva ao estilo hippie de vida rural da Inglaterra entre 1966 e 1973. O colorido idílio campestre sugerido pela capa (o duo do ISB, Mike Heron e Robin Williamson, aparece com vários integrantes da banda e os filhos de um amigo) certamente inspirou muita gente a tentar uma vida comunitária no campo.

Empurrados por Joe Boyd, um produtor de música folclórica de Glasgow, os Incredibles se firmaram como um grupo hippie da Inglaterra, evoluindo rapidamente para o mundo underground com o disco The 5,000 Spirits, de 1967. Seu talento para compor e aparente habilidade para tocar qualquer instrumento disponível na trilha hippie até o Marrocos (gimbri, oud, cítara, etc.)cativou gente como McCartney, Dylan, Plant e Winwood. Jagger e Richard até presentearam a banda com um Bentley, numa tentativa infrutífera de contratá-la para seu selo, quem sabe, num chá para astros...

O zunzunzum em torno do grupo culminou com The Hangman's..., lançado na primavera de 1968, que chegou ao quinto lugar na parada britânica. O disco revela uma consistente grandeza de visão, musicalidade e letras que os Incredibles não conseguiram repetir. O álbum foi gravado na Sound Techniques, com um então revolucionário equipamento de oito canais, e a banda pode mixar uma versão sonora única de seu sonhos coloridos, uma tapeçaria tecida somente com instrumentos e sons acústicos. Cada faixa mais parece uma suíte do que uma canção, trazendo música celta, rock'n'roll, gospel, harmonias plenas, momentos quase qwaali e a sonoridade da Índia e do Norte da África sem esforço aos nossos ouvidos.

domingo, 27 de julho de 2008

Big Brother And The Holding Company - Cheap Thrills (1968)


"O que estamos tentando fazer com a música é apenas voltar aos bons e velhos tempos, quando a gente dançava e ficava doidão." - Janis Joplin 1968



A fama de Cheap Thrills entre os críticos repousa na grandeza teatral do vocal cru e visceral de Janis Joplin. Misturando tradiçoes e influencias à atmosfera típica do Haight, o distrito hippie de São Francisco, as performances de Joplin neste album transcendem qualquer discussão da época a respeito de uma texana branca ter ou não condições de cantar blues. Se for possível extrair mais emoção das músicas, não será neste planeta.

Depois da apresentação do grupo no Festival Pop de Monterey, em 1967, o publico aguardava com ansiedade o lançamento do disco. Cheap Thrills prontamente alcançou o primeiro lugar nas paradas americanas e ali se manteve durante oito semanas, ganhando o disco de ouro; o single "Piece Of My Heart" chegou ao 12º. A voz de Joplin torna o album atemporal (sua leitura vulcânica de "Ball And Chain", Willie Mae Thornton, foi um dos destaques de Monterey; cenas filmadas mostravam Mama Cass assistindo à apresentação de Janis Joplin em êxtase). O disco, porém, contém muitas lembranças do Haight-Astbury do final dos anos 60. Sua intensidade pode ser percebida nos simbólicos quadrinhos de Robert Crumb na capa (a foto de Janis Joplin acabou indo parar na contracapa), e também na exuberância com que a banda adota uma variedade de estilos de música negra - especialmente o doo-woop, o soul e o blues. As limitações de gênero são claras: às vezes, o tom pesado dos solos e dos ritmos da banda a impede de alçar vôo com Joplin; é a voz dela, suplicante, enlevada e potente, que permanece.

Sendo assim, não é surpresa que ela tenha deixado o Big Brother (com o guitarrista Sam Andrew) quando o album ainda estava nos primeiros lugares - infelizmente, Janis nunca encontrou outro contexto musical que realmente a alimentasse.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

The Mothers Of Invention - Freak Out! (1966)


A banda de Frank Zappa ra conhecida simplesmente como The Mothers, até que uma nervosa MGM se deu conta do que a empresa tinha nas mãos com este demolidor disco de estréia. As vésperas do lançamento de Freak Out!, o segundo album duplo da história do rock (Blonde On Blonde, de Dylan, havia acabado de sair), a gravadora entrou em pânico com a idéia de que as possíveis implicações do controvertido nome do grupo pudessem afugentar os DJs. "Como se o nosso nome fosse o Grande Problema", observou secamente Zappa em sua autobiografia.

Nascidos no coração da florescente cultura freak da Costa Oeste e contratados pelo produtor Tom Wilson, Zappa e sua banda decidiram fundir cabeças na sua estréia. E mais, o disco tinha um propósito. "Cada música tinha uma função, dentro de um conceito totalmente satírico", disse Zappa.

"Who are The Brain Police?" resume bem esse conceito: uma queixa arrepiante contra o autoritarismo, que descreve como os objetos e a mente podem derreter. Há em todo disco músicas abertamente esquisitas, paródias do pop fácil, como "Go Cry On Somebody Else's Shoulder", um pastiche do doo-wop, em contraponto com canções de amor com arranjos elaborados, como "How Could I Be Such A Fool?". As guitarras psicodélicas e os riffs de dirty blues tornam o álbum mais profundo no segundo disco: "Help, I'm Rock" depura a essencia do freak e torna tudo abstrato; "The return Of The Son Of Monster Magnet", que ocupa o lado D inteiro do lançamento em vinil, é um encerramento experimental e barulhento.

Freak Out! marcou o surgimento de um compositor único e desafiador, que ultrapassou fronteiras ao longo de toda a sua carreira.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mott The Hoople - Mott (1973)


A quimica entre o vocalista do Mott The Hoople, Ian Hunter, e o guitarrista do grupo, Mick Ralphs, ameaçou desandar durante a gravação de Mott - o unico album da banda a entrar na lista dos 10 mais da Inglaterra - em 1973, Hunter tinha, antes, se juntado à pequena banda
de Ralphs, Silence, como tecladista, mas acabou exercendo um papel mais importante como cantor e compositor, depois do lançamento do hit "All the Young Dudes", produzido por David Bowie.

No primeiro single, "Honaloochie Boogie", o grupo cresceu com a participação de um violoncelo e do saxofone de Andy Mackay (o Roxy Music estava gravando For You Pleasure ao lado da banda no Air Studios, em Londres, e Mackay, parece, estava louco para entrar no Mott). A faixa de abertura, "All the Way From Memphis", continua sendo um dos melhores momentos de Hunter. Brian May do Queen - que foi a banda de apoio do Mott na turnê pelos EUA -, se lembra da apresentação dessa musica em Memphis como "um grande momento de reconhecimento à primeira capital do rock branco".

O Mott the Hoople não esqueceu seu lado mais selvagem, mesmo quando Bowie orientou a banda a deixar essa vertente temporariamente de lado, e "Violence" colocou em evidencia sua rudeza pré-punk. Ralphs teve seu momento solo de glória na faixa "I'm A Cadillac", seguida pela
instrumental "El Camino Dolo Roso", na qual se destaca a slide guitar.

Para Ian Hunter, Mott foi "o album mais completo que fizemos, mas ficou marcado pela tragédia, porque Ralphs estava saindo". Hunter tinha, agora, os holofotes só para si, mas havia perdido sua alma gêmea. Ele procurou outro parceiro à altura em Mick Ronson, mas nunca superou Mott.
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