Numa década de convulsão social, a vetusta fachada da
Inglaterra dos anos 70 estava ruindo sob os altos índices de desemprego
e apatia. O país inteiro parecia estar de ressaca e o otimismo dos anos
60 era apenas uma lembrança distante. Nesse momento surgiu este album,
um chute entre as pernas tão literal quanto seu título. Quando os Pistols começaram a se apresentar em shows, perigava
a fama do grupo ser maior do que a musica. Essa sensação se tornou mais
intensa com a luminosa capa de Jamie Reid. Por conta da logomarca
simbólica e da expressão obscena estampada, muitas lojas se recusaram a
vender o disco e o caso chegou a ser levado para Justiça (acabou
anulado depois que Richard Branson chamou um professor de linguística
para testemunhar sobre as origens não-obscenas da palavra). A forma
quase eclipsou o conteúdo, mas os passos de marcha que iniciam
"Holidays in the Sun" foram um aviso maldoso de que, por trás do
projeto gráfico, havia um album que estava prestes a alterar a
percepção de musica, moda e atitude de toda uma geração. O disco traz a ferocidade de "Bodies", que levanta o tema do
aborto, e o riff simples, mas eficiente e devastador de Steve Jones em
"Pretty Vaccant", que deu esperança a todos os guitarristas inúteis do
mundo. "Anarchy in the U.K." é o grito mais famoso do album, mas "God
Save the Queen" se equivale como epicentro da raiva. Johnny Rotten
torce e esculpe cada nota no fomato de uma flecha de injúrias
diretamente apontada contra a realeza. Poucos momentos na musica
popular são comparaveis ao berro gutural de Rotten: "No future for
you". Os anos da infelicidade da juventude inglesa estão encapsulados
no album desde então.
Inglaterra dos anos 70 estava ruindo sob os altos índices de desemprego
e apatia. O país inteiro parecia estar de ressaca e o otimismo dos anos
60 era apenas uma lembrança distante. Nesse momento surgiu este album,
um chute entre as pernas tão literal quanto seu título. Quando os Pistols começaram a se apresentar em shows, perigava
a fama do grupo ser maior do que a musica. Essa sensação se tornou mais
intensa com a luminosa capa de Jamie Reid. Por conta da logomarca
simbólica e da expressão obscena estampada, muitas lojas se recusaram a
vender o disco e o caso chegou a ser levado para Justiça (acabou
anulado depois que Richard Branson chamou um professor de linguística
para testemunhar sobre as origens não-obscenas da palavra). A forma
quase eclipsou o conteúdo, mas os passos de marcha que iniciam
"Holidays in the Sun" foram um aviso maldoso de que, por trás do
projeto gráfico, havia um album que estava prestes a alterar a
percepção de musica, moda e atitude de toda uma geração. O disco traz a ferocidade de "Bodies", que levanta o tema do
aborto, e o riff simples, mas eficiente e devastador de Steve Jones em
"Pretty Vaccant", que deu esperança a todos os guitarristas inúteis do
mundo. "Anarchy in the U.K." é o grito mais famoso do album, mas "God
Save the Queen" se equivale como epicentro da raiva. Johnny Rotten
torce e esculpe cada nota no fomato de uma flecha de injúrias
diretamente apontada contra a realeza. Poucos momentos na musica
popular são comparaveis ao berro gutural de Rotten: "No future for
you". Os anos da infelicidade da juventude inglesa estão encapsulados
no album desde então.
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