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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Jethro Tull - Aqualung (1971)


Dois filmes clássicos de Christopher Guest vem a mente quando se ouve o Aqualung,do Jethro Tull: This is Spinal Tap e A Mighty Wind. O primeiro é um falso documentário heavy metal; o segundo retrata um grupo de folck fictício. De Aqualung em diante, o Tull passou a ser enquadrado no genero do primeiro filme, mas sua inspiração vem do estilo musical do segundo. A faixa-titulo abre o album com ecletismo típico da banda. Num primeiro momento, surge o dedilhar de um violão tranquilo e um piano civilizado; no seguinte, é a vez do baixo frenético e de passagens de bateria - tudo isso coroado por um solo firme de guitarra. "Cross-Eyed Mary" segue um padrão mais tradicional. A flauta caracteristica do vocalista Ian Anderson paira sobre a pulsante linha de baixo de Jeffrey Hammond e os floreados arranjos orquestrais de David Palmer. A música, então, se submete ao reinado da guitarra, embora o piano, os sininhos e a volta da flauta de Anderson desafiem o rock potente do nucleo formado por guitarra, baixo e bateria. As letras de Aqualung se encaixam numa fantástica narrativa que se desenrola ao longo do album e se baseia, em parte, nas experiências de um sem-teto. Essa história faz com que a música singular do disco esteja vinculada a uma mensagem de conscientização, própria da época. O conceito é estabelecido pelo texto da contracapa do album - uma leitura distorcida do primeiro capítulo do Gênesis. Na versão do Tull da narrativa biblica, o homem criou Deus e, depois, o Aqualung. O disco tornou-se um marco instigante do prog-rock-folk. Sua temática não impediu que as faixas cheias de riff fizessem sucesso nas rádios - nem que o album vendesse milhões de cópias.

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