Embora so tenha surgido um ano depois do Verão do Amor, o terceiro e ultimo LP desse quarteto mod é parte essencial do movimento psicodélico britânico. Se os grupos de São Francisco tinham um viés político, os ingleses preferiam algo um pouco mais frívolo - que garantisse a todo mundo uma boa viagem. Steve Marriot não atacava a Guerra do Vietnã, mas, sim, as queixas de seus vizinhos sobre o barulho que fazia. Metade do Lado A é repleta de rock psicodélico (a faixa-título, "Afterglow" e "Song Of a Baker"); as outras tres faixas são músicas do vaudeville londrino misturadas num liquidificador lisérgico. O Lado B, no entanto, é o que torna este album memorável. Numa época em que isso era moda, a banda surgiu com Happiness Stan, um sujeito que vai a procura do lado oculto da lua, numa viagem, quem o coloca em contato com moscas falantes e com um eremita chamado Mad John, e tudo termina em festa. A história é conduzida pela narrativa do comediante Stanley Unwin, que usa uma linguagem bizarra, tipicamente britânica, na gíria beat de hipsters como Lord Buckley. Faz tanto sentido que ao mesmo tempo que é possivel entender cada palavra, é de rolar de rir. Infelizmente este estilo "miniópera" tornava as apresentações ao vivo quase impossíveis, e Steve Marriott morria de frustração. O resto da banda ganhou fama com Rod Stewart como os The Faces, mas ficou pra sempre a sensação de que a chance foi perdida. E a capa? Uma obra-prima premiada: uma imitação de uma lata redonda de tabaco que, aberta, contém papel de cigarro e uma colagem psicodelica. O que queriam dizer com isso?
Território da Música: Artigos (Rock)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário