Este album é a apoteose do rock progressivo. Antes de mais nada, traz o enigmatico design da capa de Roger Dean, numa embalagem que tanto serve para ser admirada como para enrolar cigarros de maconha. A lista de musicas é outro destaque com apenas tres faixas, sendo duas em quatro movimentos, numa estrutura semelhante à de uma sinfonia. Ao tirar o disco da capa, as letras obscuras e deliciosas de Jon Anderson se revelam em toda sua glória. A melodia de Close to the Edge é uma maravilha. Se o Yes havia mostrado talentos individuais em Fragile, lançado no mesmo ano, neste album a banda forja um todo mais coeso, alcançando o equilibrio entre a estética e a audácia. Sua visão eclética faz com que o grupo vá de um jazz furioso ao floreado gótico do orgão, passando pelo balanço do rock - um passo em falso e tudo se desmantela. No entanto, o disco apresenta um time de músicos brilhantes, cada qual procurando ampliar os limites da linguagem do rock. Os ritmos melódicos de Bill Bruford e Chris Squire formam a base perfeita para as linhas da guitarra funky, com pinceladas orientais, de Steve Howe e para o rococó dos teclados de Wakeman. No centro está o timbre agudo de Jon Anderson. Essa mistura podia não ter funcionado, mas deu certo - e lindamente. O equilibrio frágil de seu trabalho era bom demais para durar. Bruford deixou a banda logo depois de terminar o LP para se juntar ao King Crimson. O lançamento seguinte do Yes, Tales From Topographic Oceans - um album duplo com quatro musicas - acabou sendo uma tentativa ambiciosa demais do grupo para se superar.
Território da Música: Artigos (Rock)
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
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