Como banda da casa UFO Club em meados dos anos 60, o Pink Floyd começou uma revolução psicodelico-musical em Londres, rivalizando com a realizada pelo The Grateful Dead em São Francisco. Apesar do nome enganoso - roubado dos artistas de blues Pink Anderson e Floyd Council -, o Pink Floyd não era um grupo de hippies maltrapilhos se aventurando na musica negra, e sim um bando de estudantes de arquitetura e arte bem vestidos em busca de um som proprio. The Piper At the Gates of dawn atingiu esse objetivo com resultados fascinantes. O sucesso do album se deve a habilidade da banda em equilibrar a exploração sonora de seus shows ao vivo e a técnica de composição por trás de hits como "Arnold Lane" e "See Emily Play". Ninguém escrevia canções psicodélicas melhor do que Syd Barrett. Mesmo "Astronomy Domine" orbita ao redor de uma estrutura pop conhecida. No entanto, o compositor estava claramente lutando para controlar a musica e a mente, enquanto o baixista Roger Waters, o pianista Richard Wright e o baterista Nick Mason queriam decolar numa viagem espacial. Essa tensão fez com que a barroca "Matilda Mother" e jazzistica "Pow R to Toc H" funcionassem muito bem. A peça central do album é "Interstellar Overdrive", um passeio de foguete que dura dez minutos e contém a melhor execução de guitarra da banda antes da chegada de David Gilmore. Logo depois Syd Barrett teria um colapso mental e o grupo ganharia as diretrizes da guitarra épica de Gilmore. Waters se tornaria a força criativa da banda e alimentaria o fascinio do público com seu ciclo de canções conceituais. O Pink Floyd voaria mais alto, especialmente em Dark Side of the Moon, mas, com The Piper..., o grupo conseguiu capturar com perfeição a essencia psicodelica dos anos 60.
Território da Música: Artigos (Rock)
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