O primeiro album do The Who, que hoje evoca o espirito de uma londrina Carnaby Street que nunca existiu, é apenas superficialmente um som Mod. Na verdade, My Generation é o som desesperado de uma banda jovem e confusa sobre sua identidade, explorada por pessoas mais velhas da industria do disco, e com apenas uma certeza: de sua assustadora energia e sua capacidade de canalizá-la para a música. O grupo mudou de nome três vezes ao longo dos anos, dispensou empresários e integrantes, trocou de gravadora e lançou um single que não fez sucesso (I´m The Face, composto por Pete Meaden el lançado em 1964 para tentar introduzir a banda na cena Mod). Daltrey, Townshend, Entwistle e o recém-chegado Keith Moon sabiam que seu primeiro album precisava chamar atenção. E conseguiram. Eles contrataram o produtor dos Kinks, Shel Talmy (para quem Townshend adaptou "I can´t Explain, que, com seus acordes cortantes, lembrava os primeiros sucessos dos Kinks), e gravaram um punhado de canções de ótima qualidade. Os destaques obvios são My Generation, na qual Daltrey simula um viciado em drogas balbuciando frases como a conhecidissima e sucinta "Hope i die before i get old"; "I don´t Mind", com suas sofisticadas harmonias vocais e riffs de guitarra que estavam alem do seu tempo; e "The Kids are Alright", quase o hino de uma geração, na qual Townshend ressalta (não pela ultima vez) as dificuldades da juventude. O The Who evoluiu de forma a se tornar uma fera sofisticada nos discos posteriores, mas a crueza de My Generation faz deste album um marco.
Território da Música: Artigos (Rock)
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário