Para o resto do mundo, o Brasil significava futebol, belos corpos e bossa nova. A frase "ditatura militar repressora" aparecia em poucos guias turísticos. A chegada dos hippies no verão de 67 trouxe a contracultura para o foco das atenções, com resultados devastadores. Liderados por jovens compositores como Gilberto Gil, Caetano Veloso, os tropicalistas pegaram tudo o que tinham ouvido em Londres e São Francisco e fizeram a coisa do seu jeito. A direita odiou seus cabelos, sua moralidade e as drogas; a esquerda detestou como eles corromperam a musica brasileira de raiz. Os Mutantes flutuavam nesse redemoinho - Rita Lee e os 3 irmão Baptista (apenas dois apareciam no palco). Quer saber de uma esquisitice? Dois minutos depois de começar a faixa de abertura, "Panis at Circensis", o toca-discos parece diminuir a rotação e parar. Quando a pessoas levanta para ver o que aconteceu, o aparelho volta a vida. E, quando senta novamente, a musica termina com os ruídos da banda fazendo uma refeição - uma sonoplastia da sala de jantar mencionada na letra. A iluminada "Minha Menina" vem a seguir, com as guitarras distorcidas e efeitos eletronicos feitos a mão pelo terceiro irmão Baptista. Parece um pop perfeito para ser tocado em Copacabana, mas o hippies estavam sendo fisicamente atacados de todos os lados. Em 1968, o governo brasileiro adotou o estado de exceção. Gilberto Gil e Caetano Veloso se exilaram; o tropicalismo evaporou. Os Mutantes, claramente incapazes de liderar qualquer revoulução, continuaram e, na verdade, cresceram em popularidade no inicio dos anos 70. Devem ser lembrados pela insana Bat Macumba ( o samba "Tomorrow Never Knows") e "Baby" (uma "Eleanor Rigby" erótica).
Território da Música: Artigos (Rock)
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
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