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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

MC5 - Kick Out The Jams (1969)



Os Motor City Five, que chegaram a ser capa da revista Rolling Stone, viviam como fugitivos da polícia em uma comunidade Hippie, fazendo um R&B malvado e psicodélico, no espírito de drogas, sexo e armas, Kick Out The Jams mostra uma noite típica de rock revolucionário desse grupo provocador, que consistia em barulho, frenesi e cosmic jazz. Gravado em seu habitat regular, o Grande Hotel Balroom, em Detroit, Kick out the jams avança no toca-discos num abandono desajeitado: as guitarras tocam fora do tom, os vocais sem refinamento se sobrepõem, as canções se embaralham no feedback - um caos glorioso. Os golpes não são desviados. A faixa-título abre com um convite:"kick out the jams, motherfuckers!". Do grito apache de "Rocket Reducer", passando pelo blues politizado de "Motor City´s Burning", até o insano tributo ao deus sol de "Starship", o ambiente é de uma manifestação de protesto prestes a pegar fogo. Foi um disco controverso. Uma velha raposa do rock, o lendário jornalista Lester Bangs, disse que o álbum era "ridículo, arrogante e pretensioso"e, em parte, quase convenceu o guitarrista Wayne Kramer. Quando a rede de lojas de discos Hudson´s se recusou a vender este disco "obsceno", a banda publicou anúncios que diziam "Foda-se, Hudson´s!". A Elektra lançou uma versão editada do album e logo desfez o contrato com o grupo. Mas isso não foi o fim dos MC5 - embora tenha sido o início do fim. Kick out the Jams continua sendo o seu testamento definitivo, um album que cheira a spray de pimenta e no qual se pode sentir o calor das faixas pegando fogo e o fervor da revolução.

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