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sábado, 15 de dezembro de 2007

CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - WILLY AND THE POOR BOYS (1970)


Uma banda de carreira bastante singular, que levou quase uma década para alcançar o sucesso e, depois de pouco mais de dois anos no topo das paradas, foi se extinguindo gradativamente, até encerrar suas atividades de forma definitiva em outubro de 1972. Porém, sua trajetória acidentada foi suficiente para que conquistasse um lugar ao sol na história do rock’n’roll, talvez como a mais universal cult band de todos os tempos.
Tudo começou em 1959, na cidade de El Cerrito, na Califórnia, onde os irmãos Fogerty – Tom e John – encontraram em seus colegas de colégio Stu Cook e Doug “Cosmo” Clifford, respectivamente baixista e baterista, o complemento ideal para o crossover entre o country e o rhythm’n’blues que eles que eles pretendiam detonar com suas guitarras. O quarteto começou com o nome de The Blue Velvets, tocando no circuito local, mas só alcançaria uma modesta projeção como The Golliwogs, já em meados da década de 60. No entanto, seria como Creedence Clearwater Revival, nome que adotou a partir de 1967, que a banda começaria a sentir o doce gosto da fama. A fórmula musical deste êxito consistia na guitarra-ritmo de Tom, no baixo de Stu e na bateria de Doug, que formavam uma base ideal para secundar as criações do gênero de John C. Fogerty, expressas tanto por sua assinatura como também pelos riffs inconfundíveis de guitarra e os vocais rasgados que se tornariam marca registrada do som do Creedence.
O resultado não poderia ser outro: logo em seu álbum de estréia – batizado apenas com o nome da banda e lançado em 1968 – conseguiram obter uma vendagem excepcional, conquistando um disco de platina, prêmio que também seria atribuído aos cinco LPs subseqüentes da banda.Com o lançamento de Bayou Country e Green River no ano seguinte, o Creedence afirmaria sua posição de sucesso popular, sem contudo alterar as raízes de seu som. Ao mesmo tempo, músicas retiradas destes dois LPs,e lançadas em compacto – tais como “Proud Mary”, “Born on the Bayou”, “Bad Moon Rising” e “Green River” – tomavam de assalto os primeiros lugares das paradas. Em 1970, esta sucessão de hits seria ampliada com outro punhado de canções de John, enquanto a banda, no auge de sua forma criativa, entrava em estúdio para gravar o LP Willy and the Poor Boys, que se tornaria a sua obra-prima definitiva.
Um álbum recheado de clássicos: já na abertura, com o balanço do mega-hit “Down in the Córner”, o Creedence – e especialmente John – demonstrava um pique arrasador, que prosseguia nos riffs de rock’n’roll de “It Came out of the Sky” e na levada country da canção tradicional “Cotton Fields”, com direito a violões e arranjos vocais no melhor estilo de Nashville. Em seguida vinha a instrumental “Poorboy Shuffle”, com destaque para a gaita tocada por John, introduzindo o groove de “Feeling’ Blue”, que deixou registrados um dois mais contagiantes refrões característicos da banda.
O segundo lado começava com “Fortunate Son”, um exemplo clássico do trabalho excepcional de guitarras dos irmãos Fogerty, que prosseguia com violões no country “Don´t Look Now (It Ain’t You or Me)”. Na seqüência vinha a inspirada versão da banda para “The Midnight Special”, a clássica canção de Leadbelly, e depois o rhythm’n’blues instrumental “Side O’the Road”, outro prato cheio para os riffs e solos do John. É ele mesmo que acaba a festa na última faixa do LP, “Effigy”, um psycho-country com um trabalho de bordão de guitarra inspirado na surf music. Um disco primoroso, com um brilho que nenhum dos três álbuns posteriores do Creedence – Cosmo’s Factory (1970), Pendulum (1971) e Mardi Grãs (1972, este já sem a guitarra de Tom) – conseguiu superar.

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